segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quarentena Auto Esporte...



Á SOMBRA DO PASSADO...
Pode a nova Montana ser, ao mesmo tempo, a picape mais nova e a mais velha da categoria? Sim. Nas ruas, ela desperta atração como bom lançamento. Enquanto Dilma e Serra disputavam votos na urna, do lado de fora do colégio onde voto a Montana conquistou os eleitores. “Ficou bacana, hein? Olha como está imponente!”.
A frente alta e os faróis desproporcionalmente grandes do Agile caíram bem na picapinha, que ainda tem uma lateral robusta e uma traseira que foge do lugar comum, devido às lanternas pontiagudas na parte superior e ao formato “em descida” da parte final do carro. Não é só estilo. Essa queda melhorou um ponto crítico do modelo antigo, a visibilidade para trás.
A Montana se esforça para agradar. Nessa versão Sport como a nossa, que já vem completa de fábrica por R$ 44.040, basta destravar as portas que os faróis acendem para iluminar o caminho e um dos vidros abre um pouco para facilitar o fechamento da porta. Lá dentro, o espaço é bom (garantido pela cabine semi-estendida) e a montagem parece um nível acima dos primeiros Agile, embora ainda seja fácil encontrar rebarbas nos plásticos. O painel tem uma bonita iluminação esverdeada e a instrumentação é completa, com direito a computador de bordo e visor digital para o ar-condicionado.
Os bancos também são interessantes. Além do formato confortável, usam a tecnologia “embossed” no revestimento, com desenhos em relevo que deixam a peça com aparência moderna. De acordo com Jaime Ardila, presidente da GM na América do Sul, esses bancos chegam a custar R$ 300 a mais que os bancos de um Celta. Isso explica um pouco o que a GM fez com a Montana. Gastou em itens “visíveis”, mas economizou nos “sensíveis”. E aí chegamos à parte de ela ser a picape mais antiga da turma.
Explico: a Montana anterior era derivada do Corsa de segunda geração, de 2002. Já a nova Montana vem do Agile, que por sua vez deriva do primeiro Corsa brasileiro, de 1994. Ou seja, mesmo a velha Courier tem base mais nova, a do Fiesta de 1996. Resultado: a nova Montana tem posição de dirigir que lembra a do antigo Corsa, com a caixa de roda que invade a área dos pedais e o volante levemente deslocado para a esquerda. Saudades da antiga…
Apesar do tamanho avantajado, a Montana se vira bem com o motor 1.4, ao menos com a caçamba vazia. Na cidade, os 102 cv e 13,5 kgfm de torque dão conta do recado, e o desempenho é parecido com o do modelo anterior – melhor que Hoggar 1.4 e Strada 1.4. Mas nada que justifique aquele emblema “Sport” nas portas e as rodas aro 16 com pneus 195/55. Na estrada, o motor vai a 4.000 rpm a 120 km/h e o barulho dele (e do vento contra a carroceria) fazem você ter que aumentar o volume do rádio. Pelo menos a economia parece ponto forte: no computador de bordo, a média na cidade está em torno de 8,5 km/l com etanol. A conferir.
O pior da Montana, porém, é a suspensão. Sem o sub-chassi, ela parece “solta” na dianteira, apesar de macia. Ao passar por imperfeições, o carro balança todo, o que prejudica o conforto e, principalmente, a estabilidade quando se anda mais rápido. Em suma, não oferece a dinâmica da Saveiro ou da Hoggar, e também não transmite a robustez da Strada. Agora vamos ver como ela se comporta carregada.

Fonte: AUTOESPORTE - Daniel Messeder

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